Sem categoria D, motorista do trio elétrico que matou missionária responderá por homicídio culposo
O motorista do trio elétrico envolvido no acidente que vitimou a missionária cristã Josimara Oliveira Costa, de 36 anos, responderá pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, majorado com a questão de falta de habilitação (categoria D) e omissão de socorro.
As informações são da Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito (Deatran), que acompanha o caso desde o ocorrido, no dia 2 de julho, durante a programação da Marcha para Jesus, em Macapá.
Ainda segundo Deatran, o homem assumiu a direção do trio elétrico que fazia a sonorização devido à ausência do motorista responsável, após levar o veículo até o ponto de partida, na Praça da Bandeira, no Centro. Diante da pressão para iniciar o evento, ele resolveu conduzir o percurso mesmo sem a habilitação necessária.
Ao passar por uma descida na Avenida Padre Júlio Maria Lombard, entre as Ruas Leopoldo Machado e Jovino Dinoá, o motorista perdeu o controle do trio, com alegação de falha nos freios, momento em que atingiu Josimara. Essa foi a versão apresentada em depoimento à polícia.
O motorista, que não teve a identidade revelada e atua como técnico de som, disse que fugiu depois do acidente por medo de ser linchado pela população. Ele se apresentou espontaneamente um dia após o ocorrido.
Josimara sofreu múltiplas fraturas, mutilações e lesões internas. Ela chegou a ficar internada por 11 dias no Hospital de Emergência (HE), mas não resistiu e faleceu na quarta-feira, 13. Durante o período na unidade, ela chegou a ter crises de convulsões e infeções nos ferimentos e no pulmão. Também, passou por três cirurgias.
De acordo com a delegada Josymária Coelho Jorge, da Deatran, a investigação continua para avaliar a responsabilidade de outras pessoas envolvidas no acidente, incluindo o pastor coordenador da Marcha para Jesus, dono do trio elétrico e outros profissionais que trabalhavam durante o evento.
“A gente aguarda ouvir outras pessoas, da equipe que trabalhava no trio elétrico, e os laudos periciais para concluir o inquérito e responsabilizar cada um envolvido nesse fato”, finalizou.
Da Redação