Sankofa, um dos grandes espaços culturais de Macapá, fecha as portas e se despede com festival

O espaço cultural Sankofa começou em 2016, no Quilombo do Curiaú, como símbolo de valorização da arte e da cultura quilombola. O projeto deu tão certo que o espaço foi transferido para a Orla do bairro Santa Inês, cartão postal da capital, e desde então, se tornou umas das grandes referências do setor cultural do estado. Foi palco de grandes manifestações culturais, entre shows, exposições, poesia, literatura.

Em um ano em que deveria comemorar sua existência, o local anuncia que estará de portas fechadas. O belo trabalho não impediu que a crise financeira afetasse o empreendimento. O encerramento das atividades foi a opção que restou. Mas, mesmo doendo no fundo da alma, a despedida será em grande estilo com um festival que será realizado de 10 a 13 de fevereiro, disse Willy Myranda, Sócio Fundador.

São quase 8 anos cultuando a tradição de servir arte. Alegrias e choros, poesia e grito dos oprimidos, música e dança, arte e cultura, sons, cheiros e sabores, e acima de tudo afetividade. Uma jornada que iniciou em 2016, no Quilombo do Criaú, e veio parar na frente do majestoso Amazonas. De lá pra cá a gente só viu e viveu a evolução, muita coisa mudou, mas a essência política sempre foi aquilombar com o propósito de continuar, cultuar e manter a herança do nosso povo.

Gratidão por TOD@S que foram parte desta história, memória e experiência de vida. O Sankofa foi utopia vivida, um ponto fora da curva no entretenimento. Somos tudo isso porque fomos junt@s. Fizemos o nosso melhor, um orgulho para nós e para os nossos, manifestando nossa arte e cultura como nunca antes registrado na história, um sonho realizado. Bar, restaurante, casa, quilombo, ninho ou simplesmente SANKOFA que passa a ser parte apenas das nossas memórias.

O Sankofa encerrara seu ciclo definitivamente, o pássaro permanecerá com seus olhos no passado, está e permanecerá vivo em nós, só não esqueçamos que no seu bico há um ovo para o futuro. E nunca iriamos encerrar sem deixar de nós despedir, e como em África a gente comemora tudo, inclusive o fim, vamos celebrar junt@s em uma última despedida como um grande festival, de 10 a 13 de fevereiro e memorar o nosso adeus.

A vida tem nos ensinado que nada é infinito. É preciso fechar ciclos, encerrar processos, dar fim para abrir espaço para caber nossas transformações e, assim, haver novos recomeços de outros sonhos ancestrais. Laroyé! Caminhos abertos para a transformação e movimento positivo, prosperidade, abundância e novas felicidades! Viva o Sankofa! Viva a Resistencia de um Povo!”