Polícia Civil do AP cumpre mandados em operação contra rede de exploração sexual de menores
Na manhã desta terça-feira, 17, a Polícia Civil do Amapá realizou a Operação Iuvenes, com o objetivo de desarticular uma rede de exploração sexual de menores. A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), visou cumprir 11 mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão em Macapá, Santana e Vitória do Jari.
Entre os investigados estão empresários, servidores públicos, um personal trainer, uma mulher de 19 anos e um político de Macapá. Os presos mantinham relações sexuais com adolescentes entre 13 e 17 anos, cooptadas por um homem, que já foi preso na primeira fase da operação deflagrada pela DERCCA, e por uma mulher presa na operação desta terçae. O homem que coagia as meninas montou um site que servia como “catálogo” para os acusados escolherem.
Segundo a delegada Clívia Valente, titular da DERCCA, as meninas, em situação de risco social, eram coagidas a manter relação sexual com os acusados em troca de quantias irrisórias em dinheiro ou pix, ou ainda agrados, como lanches e almoço.
“Essa investigação iniciou em 2022 quando recebemos uma denúncia de uma pessoa que mantinha encontro sexuais com uma adolescente, e durante o interrogatório o homem indicou quem seria o agenciador dessa menina, e através do trabalho investigativo conseguimos prender o agenciador o que nos levou a uma rede de acusados que praticavam o mesmo crime, logramos êxito em coletar provas e startamos a 3ª fase da Operação para os acusados de estupro de vulnerável. A preferência entre eles eram meninas de 13 anos. Da operação de hoje identificamos 6 vítimas, entretanto há indícios de mais meninas”, destacou a delegada.
Após a prisão do agenciador, uma jovem de 19 anos teria assumido a responsabilidade pelas intermediações.
“A mulher de 19 anos era uma das vitimas e também agenciada. Ela me confirmou que ficou no lugar desse agenciador que está preso no Iapen e ficou fazendo as intermediações desses clientes”, disse a delegada.
Ainda segundo a delegada, as vítimas tinham entre 13 e 17 anos. “O agenciador fez um site e colocava essas meninas em ‘danças sensuais’ tipo como fosse um catalogo para o chamamento de clientes, que passaram a fazer contato. Esses ditos clientes, percebemos na investigação, tinham preferencia pelas meninas de 13 anos, que depois ficavam clientes habituais deles. Meninas de extrema vulnerabilidade que, à s vezes, era o prato de comida que elas tinham naquele dia para fazer os programas sexuais. Na operação de hoje, as vitimas estão identificadas. São 6 meninas, mas temos indícios de mais vitimas”, concluiu.
Dos 11 mandados de prisão expedidos na operação, dois alvos estão foragidos. Na ação, foram apreendidos celulares e computadores. Segundo a polícia, esse material visa coletar mais elementos informativos que fortaleçam o procedimento investigativo e o inquérito, além de permitir analisar se há armazenamento de conteúdos de pornografia infantil.
Fotos: PC/Divulgação