PF cumpre mandados em operação que investiga esquema de cadastro falso e facilitação de certificados de conclusão de curso na Unifap
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira, 10, a operação “Diploma Express” que investiga esquema de cadastro falso e de facilitação de emissão de certificados de conclusão de cursos dentro da Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos bairros Jardim Marco Zero, Trem e na região central de Macapá.
O esquema
Segundo a PF, os servidores envolvidos se aproveitavam de uma questão burocrática para emissão desses certificados, já que os centros universitários, aqueles que ofertam menos de oito cursos, não podem registrar seus próprios diplomas.
Para que esses documentos fossem validados, havia a necessidade do envio deles para uma universidade federal para viabilizar o registro. Desse modo, estariam sendo remetidos diplomas de todo o Brasil para serem registrados na Unifap diante da baixa demanda para registro de diplomas no estado, apontou a polícia.
Foram colhidos indícios de que servidores da instituição supostamente estariam cobrando uma “taxa de apressamento” de R$ 150,00 por certificado para que os referidos documentos fossem emitidos de maneira célere.
No decorrer das investigações também foram identificados indícios de que a Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (FATECH), situada em Macapá, estaria emitindo diplomas contendo informações falsas.
A PF busca descobrir se há um esquema de emissão de diplomas de curso superior e pós-graduação na FATECH sem que o aluno tivesse, de fato, cursado a faculdade, bastando apresentar um certificado de “curso livre” em teologia e, que em seguida, funcionários supostamente adicionariam as matérias faltantes até preencher a carga horária legal necessária para a emissão do diploma.
Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva e de falsidade ideológica, com penas que podem chegar a 17 anos de reclusão, mais pagamento de multa.
Em nota, a Universidade Federal do Amapá informou que não recebeu notificação oficial sobre a operação e que nenhuma ação de busca e apreensão foi realizada nas dependências da instituição.
Veja nota na íntegra
A Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) esclarece que, até o momento, não recebeu notificação oficial por parte da Polícia Federal referente à possível investigação de emissão de diplomas, mencionada na “Operação Diploma Express” deflagrada no dia 10/05/2024.
Informamos que não houve nenhuma ação de busca e apreensão nas dependências da UNIFAP, tampouco há indicação de que os servidores da instituição tenham sido alvo dessas medidas em suas residências.
A UNIFAP está em busca de informações junto às autoridades competentes para tomar os procedimentos internos cabíveis diante dessa situação. Com o objetivo de esclarecer e colaborar de forma eficaz, a UNIFAP está solicitando a cópia integral do procedimento inquisitório relacionado à operação mencionada, para que sejam implementadas as medidas de fiscalização no âmbito ético-disciplinar.
Reiteramos nosso compromisso com a transparência, ética e responsabilidade institucional, mantendo nossa postura de cooperação com as autoridades e o compromisso com a qualidade e idoneidade dos serviços prestados pela UNIFAP, informamos ainda que, a Procuradoria Jurídica da instituição estará acompanhando junto a Superintendência da Polícia Federal.
Quaisquer atualizações e esclarecimentos adicionais serão fornecidos comunicados à comunidade acadêmica e à sociedade em geral.
O site não conseguiu contato com a FATECH.
Acompanhe a entrevista da delegada Verônica Salles:
Fotos e vídeos PF/Divulgação