Organização criminosa é investigada por comércio de ouro ilegal extraído no Amapá

A Superintendência da Polícia Federal no Amapá avançou com a investigação sobre organização criminosa voltada à intermediação de compra e venda de ouro ilegal e lavagem de dinheiro, com a remessa do minério para outros países. Nesta sexta-feira, 1º, a PF deflagrou a operação “Eldorado”.

Segundo a corporação, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo dois deles em São Paulo (SP), outros dois em Santo André (SP) e um em Balneário Camboriú (SC). Nenhuma ação foi realizada no Amapá.

Ao todo, a Polícia Federal apreendeu um total de R$ 2.123.800,00 em bens, incluindo ouro, prata e carros, como Porsche Cayenne, Porsche 911 Carrera e Volkswagen T-Cross TSI.

Origem da operação Eldorado

A Eldorado é um desdobramento da operação “Au92”, deflagrada em março de 2022, que investigou o comércio ilegal de ouro e urânio, oportunidade em que onze mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva foram cumpridos no Amapá, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte e Tocantins.

Ainda de acordo com a PF, a partir do material apreendido durante as investigações da “Au92”, foi identificada a existência de indícios de uma organização criminosa composta por empresas sediadas em São Paulo e Santa Catarina, que possivelmente adquirem o produto ilícito através de intermediários de compra e venda, para, em seguida, nacionalizar o ouro e assim, enviá-lo para o exterior.

Além da aquisição de ouro extraído ilegalmente no país, cujo um dos locais é o Amapá, essas pessoas são suspeitas de adquirir ouro proveniente de países da África, especialmente Serra Leoa, e nacionalizá-los, dando uma falsa roupagem de legalidade à produtos de origem não declarada.

Segundo as investigações, esse grupo teria movimentado toneladas de ouro e vinha armazenando esse minério em casas de custódia.

Os investigados poderão responder pelos crimes de: usurpação de bens da União, organização criminosa, receptação dolosa e lavagem de capitais. Em caso de condenação, a pena pode chegar até 27 anos de reclusão, mais pagamento de multa.

Fotos: Polícia Federal/Divulgação