Operação aponta dois detentos do Iapen como líderes de esquema de extorsão

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Amapá (FICCO) deflagrou nesta terça-feira, 26, a operação “Enganado”, que investiga um esquema de extorsão em Macapá e aponta dois detentos como líderes desta prática criminosa.

A ação cumpriu três mandados de busca e apreensão, sendo um no Brasil Novo, na zona norte, e outros dois no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), na zona oeste.

“Foram apreendidos mídias digitais que serão analisadas. A partir dessas novas apreensões, nós vamos conseguir identificar outros indivíduos envolvidos no esquema de extorsão, e mais operações poderão ser deflagradas”, disse o delegado Bruno Belo, da Polícia Federal.

Segundo a FICCO, a operação Enganado é um desdobramento da Illusio, deflagrada em 19 de maio deste ano, que identificou um grupo em aplicativo de mensagens que tinha como finalidade a prática do crime de extorsão.

Conforme a investigação, os indivíduos se passavam por policiais civis e parentes de supostas vítimas de crimes, e a partir deste momento iniciavam-se as extorsões com ameaças de denunciação, divulgação dos fatos e até prisão.

Na operação em maio, a Força Integrada apreendeu R$ 250 mil na casa do investigado, proveniente da extorsão.

A investigação apontou dois homens, internos do Iapen, com fortes indícios de serem autores do crime. A prática consistia na criação de contas falsas de usuários em aplicativos de mensagens, que posteriormente eram usadas para a extorsão. Eles exigiam que fosse feito um depósito em conta para que a denúncia não ocorresse.

Os investigados que se passavam por familiares e advogados das hipotéticas vítimas, utilizavam fotos internas como se estivessem na sede da Polícia Civil para dar mais veracidade ao golpe, como se, de fato a denúncia fosse ocorrer caso o depósito de determinada quantia não fosse efetuado, além do fato de os internos utilizarem imagens montadas com a foto da vítima do crime de extorsão ligada ao crime de pedofilia com a utilização da logo do Governo do Amapá e da Polícia Civil.

Além do crime de extorsão, foi identificado que os internos praticavam tráfico de drogas de dentro do Iapen, com ajuda de seus conhecidos que o auxiliavam fora do sistema carcerário.

Os investigados poderão responder pelos crimes de extorsão e tráfico de drogas. Em caso de condenação, poderá pegar uma pena de até 25 anos de reclusão mais pagamento de multa.

Veja abaixo a entrevista com o delegado Bruno Belo:

Fotos e vídeo: Polícia Federal/Divulgação