Novos celulares são encontrados em cela com líder de facção preso no Iapen

Em continuidade a operação “Queda da Bastilha”, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Estadual (MPE) voltaram a encontrar celulares com um detento considerado líder de facção, preso no Instituto de Administração Penitenciário do Amapá (Iapen).

A apreensão de dois aparelhos aconteceu no domingo, 18, na cela da enfermaria em posse do homem que foi um dos investigados da operação, que foi deflagrada no dia 14 deste mês.

Segundo a investigação, o líder de facção e outros quatro detentos também de organizações criminosas foram transferidos para a enfermaria do Iapen por suposta doença grave.

Contudo, há fortes indícios de que os processos para as transferências de cela foram instruídos com documentos ideologicamente falsificados pelos líderes dessas quadrilhas com apoio dos advogados e agentes públicos.

Operação Queda da Bastilha

A PF com apoio do MPE cumpriu oito mandados de prisão e 21 de busca e apreensão. Entre os alvos da ação estão delegados, advogados, policiais penais e detentos que estariam envolvidos em crimes relacionados ao Iapen.

Conforme a investigação, os alvos da operação têm envolvimento com tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Entre os principais investigados está o delegado licenciado Sidney Leite, que por anos foi titular da Delegacia de Tóxico e Entorpecentes (DTE). Ele encontra-se preso no Centro de Custódia desde o dia da operação.

Os policiais percorreram residências dos investigados e escritórios de advocacia, nos bairros: Pacoval, Central, Cidade Nova, Jardim Equatorial, Novo Buritizal, Perpétuo Socorro, Trem, Cabralzinho e Fazendinha, além de seis mandados de busca no Iapen, sendo quatro em celas de internos e dois em salas de servidores do instituto.

Durante a abordagem policial, no dia 14, dois homens morreram em troca de tiros com a Polícia Militar. Um deles era alvo da operação e outro estava no local e foi identificado como líder do tráfico de drogas na região do bairro Cidade Nova.

Também no mesmo dia, outro alvo da operação, identificado como Rafael Mendonça Góes, foi encontrado morto dentro da cela da enfermaria. Para a Polícia Civil, ele foi vítima de “queima de arquivo” por ter informações sobre o comando no Iapen.

Houve também o cumprimento de prisões domiciliares contra servidores públicos, advogados e presos do regime fechado, além do bloqueio de valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras.

Foto/capa: MP-AP