Julgamento do ex-policial Leandro acusado de matar empresária será retomado nesta terça,18
Após quase treze horas, terminou o primeiro dia de julgamento do ex-policial civil Leandro Freitas, que responde por homicídio qualificado por perigo comum e feminicídio contra a empresária Kátia Silva. A juíza Lívia Simone Freitas, titular da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Macapá, anunciou a suspensão da sessão por volta das 20h40 desta segunda-feira (17). O júri popular será retomado nesta terça-feira (18), a partir das 8h30 da manhã.
No primeiro dia de júri, cinco testemunhas foram ouvidas. Ainda faltam outras cinco, três de acusação e duas de defesa, e ainda três peritos, totalizando treze pessoas.
O caso
Consta nos autos de que, no dia 8 de julho de 2020, por volta de 1 da madrugada, no bairro Jardim Marco Zero, a empresária Kátia Silva foi morta com tiro que a atingiu na região do tórax, causando-lhe a hemorragia interna que resultou em sua morte.
De acordo com a denúncia do MP-AP, o policial civil foi quem matou Ana Kátia Silva com um tiro no peito numa discussão em um carro. A acusação argumenta que eles tinham um relacionamento de cerca de dois meses, e o crime foi caracterizado desde o início como feminicídio. A perícia apontou que o disparo foi à queima-roupa (curta distância).
Segundo Renato Nery, assistente da acusação, “vamos demonstrar o que já foi comprovado nos autos, que Leandro Silva Freitas é o autor do crime, pois as provas periciais que há resíduo de pólvora no corpo de vítima e nas mãos do réu”. Ele acrescenta que “o filho da vítima, que a defesa aponta como o verdadeiro autor, estava dentro de casa, sequer estava próximo da vítima que estava dentro de um automóvel com o autor, e só foi encontrada pólvora nas mãos do filho da vítima por ele ter desarmado o policial desequilibrado, alcoolizado e armado”.
A defesa do policial alega que o disparo não foi efetuado por ele, mas pelo filho da vítima ao tentar retirar-lhe a arma. “Nossa alegação é de negativa de autoria, pois foi o filho dela quem tentou tirar a arma das mãos do meu cliente. O filho não admite isso, talvez com medo de represália”, afirmou o advogado de defesa Charles Bordalo.
O réu teve prisão domiciliar concedida em 2020, mas a decisão foi revertida em 2021 quando foi descumprida uma das condicionantes. Ele está aguardando o julgamento em regime fechado.
De acordo com a juíza Lívia Simone Freitas, que só se manifesta sobre o caso nos autos, a previsão é de que o julgamento leve até três dias, “mas estamos preparados para dar toda a atenção ao processo, inclusive retiramos outro julgamento de pauta para priorizar este devido ao fato de o réu estar preso – este julgamento, pela ordem de pauta regular, só ocorreria ano que vem”.
Foto e informações: Ascom do Tjap