Fragmentos do cotidiano urbano do Rio inspiram exposição de pinturas em aquarela

Composto também por fotografias, evento gratuito segue até dia 28 de setembro, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian.

O Rio de Janeiro registrado em aquarela com um olhar bem atento e sensível ao cotidiano urbano. Esta proposta inspirou a exposição “Fragmentos”, lançada nesta sexta-feira (6), no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, localizado na Praça XI, no bairro Central da capital carioca. A programação gratuita segue até o dia 28 de setembro.

A artista plástica Maysa Brandão retrata, em seu acervo, o vendedor ambulante com carrinho de bebidas na Praça XV de Novembro, o salva-vidas na praia do Leme, a idosa estilosa no transporte público, inúmeras fachadas dos trajetos na “Cidade Maravilhosa”, entre outras peças.

“A vida é feita de dias comuns, desses que não ficarão para a história, pequenas alegrias e tragédias que se perderão ao passar das horas. Um ônibus quebrado, uma borboleta colorida, um bolo gostoso. Coisas que se você não prestar bem atenção, passa pela vida sem tê-la vivido”, disse.

Brandão reúne as coleções: “Sob Um Só Sol” (traz a disparidade social e econômica de ambientes de lazer, como praia, mas na perspectiva de trabalhadores); “Sustilitários” (que celebra a importância de veículos utilizados para sustento familiar); “Fachadas” (sobre a beleza das construções urbanas); “Domingo de Sol” (rotina de autocuidado em movimento); e “O Mesmo Ponto” (coloca o transporte público em primeiro plano).

A exposição conta ainda com fotografias de Regina Correia, que busca transmitir em seus registros as emoções humanas, como forma de se tornar visíveis ao espectador. Ao trabalhar em fotografia, ela conta que ampliou o olhar à diversidade e à invisibilidade.

Professora na rede municipal do Rio, Correia encontrou na fotografia uma forma de expressar a realidade da vida de uma forma mais poética, sem deixar de lado elementos humanos e da essência da natureza, seja de forma ampla ou em detalhes.

“Eu desejo que as pessoas olhem e tentem perceber algum tipo de sentimento nas fotos. Sempre penso, quando eu fotografo o detalhe e o movimento, o que é visível aos nossos olhos e o que é invisível”, disse Correia, durante a cerimônia de abertura da exposição.

Quem compareceu no primeiro dia de exposição pôde conversar com as duas autoras, além de desfrutar de música ao vivo, voz e violão, com as cantoras Isabelle Brandão e Bruna Voltan, e recitação de poesias de Monrá.

Serviço
Exposição “Fragmentos”
Período: até 28 de setembro
Local: Centro de Artes Calouste Gulbenkian (R. Benedito Hipólito, 125 – Praça XI, Rio)

Por Jorge Abreu