Força-tarefa identifica causa da contaminação do Rio Cupixi e adota ações emergenciais em Porto Grande

Uma força-tarefa do Governo do Amapá confirmou que a mudança na coloração da água do Rio Cupixi foi causada pelo rompimento de barreiras rústicas de sedimentos em uma área de garimpo ilegal no município de Pedra Branca do Amapari.

A localização exata da origem do problema foi identificada na quarta-feira, 12, durante um sobrevoo realizado pelo Grupo Tático Aéreo (GTA), com apoio de técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp). A equipe constatou que a área atingida fica acima do garimpo São Domingos.

Para avaliar os impactos ambientais, equipes da Sema coletaram amostras da água ao longo do curso do Rio Cupixi, utilizando sondas para medição de parâmetros ambientais. Além disso, peritos da Polícia Técnica Científica recolheram material na área afetada para análises físico-químicas e de metais pesados, como mercúrio e outros elementos tóxicos.

As investigações do crime ambiental já estão em andamento pela Polícia Civil, que apura os responsáveis pelo garimpo ilegal e pela ruptura da barragem que pode ter comprometido a qualidade da água do Rio Cupixi.

Diante da gravidade da situação, o Governo do Estado instalou uma Sala de Situação no município de Porto Grande, a cerca de 100 km do local do impacto, para coordenar as ações emergenciais. Também foi criado um Comitê de Respostas Rápidas, que trabalha na investigação das causas e na prestação de suporte à população afetada.

A secretária de Estado do Meio Ambiente, Taisa Mendonça, destacou que os próximos passos dependerão dos resultados das análises ambientais. “A partir das análises laboratoriais, poderemos definir quais medidas serão adotadas para conter os danos e, caso seja confirmada a presença de metais pesados, implementar um plano de contingência para recuperação da água do Rio Cupixi”, afirmou.

A Prefeitura de Porto Grande foi orientada a decretar estado de emergência, com a Defesa Civil prestando assessoria técnica para o correto enquadramento da situação. O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) também foi acionado para viabilizar ajuda humanitária.

Paralelamente, a CSA Equatorial realiza uma investigação para avaliar a qualidade da água e identificar com precisão a origem da contaminação. O monitoramento da captação de água no município será atualizado a cada hora para garantir a segurança da população.

Veja as medidas adotadas para reduzir os impactos do rompimento de barreira de garimpo ilegal no Igarapé Água Preta.

• Porto Grande: Não haverá desabastecimento de água potável pela Concessionária CSA. A empresa adotou, de forma preventiva, a mudança do ponto de captação de água bruta para uma área sem influência da pluma de contaminação. Além disso, a qualidade da água está sendo monitorada de hora em hora e sua distribuição segue dentro dos padrões de potabilidade exigidos.
• Ferreira Gomes: Foi iniciado um plano de contingência, preventivamente, com o envio de carros-pipa para suprir a demanda de abastecimento, priorizando hospitais, creches, escolas e demais unidades essenciais, além do atendimento às residências. A Secretaria de Estado da Assistência Social também está enviando carregamentos de água mineral para atender à população.
• Ação junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS): O Governo do Estado já formalizou solicitação ao ONS para o aumento da defluência dos vertedouros das três usinas hidrelétricas do Rio Araguari — UHE Cachoeira Caldeirão, UHE Coaracy Nunes e UHE Ferreira Gomes — com o objetivo de acelerar a dissipação da pluma de contaminação. O pedido já está sob análise.

Fotos: GTA e Sema/Divulgação