Ficco investiga ‘núcleo’ que chefiava uma organização criminosa no AP; facção movimentou mais de R$ 3 milhões em um ano
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amapá (Ficco) deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 14, duas operações para dar cumprimento a 37 mandados de busca e apreensão em Macapá e Santana.
Operação “Leviatã”
Na primeira operação chamada de “Leviatã”, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, um no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) e os demais nos bairros Infraero, Lagoa Azul, Congós, Santa Rita, Pacoval, Buritizal, Santa Inês, Beirol, além dos conjuntos Miracema e Macapaba. Também foi cumprido um mandado no bairro Nova Brasília, em Santana.
Segundo a PF, o trabalho de investigação iniciou após a análise de um celular apreendido em uma das celas do presídio em inspeção de rotina, onde um dos chefes de uma organização criminosa atuante no estado passava ordens de dentro do Iapen para seus subordinados, que estavam em liberdade.
A partir do material apreendido, a polícia identificou a existência de um esquema onde o líder da organização delegava funções para outras pessoas, para garantir a influência dele e as atividades do crime, mesmo com sua prisão.
De acordo com as investigações, duas dessas pessoas tinham mais privilégios, uma seria um responsável por toda a movimentação financeira dessa liderança, guardando o dinheiro e efetuando pagamentos que iriam desde a aquisição de produtos ilegais, como armas e drogas, até a pagamento de consultas médicas e cirurgias para familiares de faccionados. O outro suspeito seria o responsável pela cobrança das pessoas que deviam a esta liderança, sobretudo com a venda de entorpecentes.
A Força Integrada identificou que esse líder, por meio de dois “braços direitos”, chegou a movimentar mais de R$ 3 milhões de reais em menos de um ano. O dinheiro permaneceu em posse de terceiros, que podem ser caracterizados como “laranjas”. Segundo a polícia, também foi feito investimento na criação de empresas em Macapá, apontando indícios de tentativa de lavagem de capitais.
Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e por pertencerem a facção criminosa, podendo pegar mais de 30 anos de prisão.
Operação “Macaúba”
A segunda operação batizada de “Macaúba” foi deflagrada em combate ao tráfico de drogas no Conjunto Habitacional Mucajá, no bairro Beirol, em Macapá.
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão contra suspeitos de comercializar e fabricar entorpecentes, além de outros crimes como o de roubo e de porte ilegal de arma de fogo. A ação envolveu mais de 100 policiais.
Para os investigados, as penas podem chegar a 23 anos, mais pagamento de multa.
Fazem parte da Ficco, a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Civil (PC), a Polícia Militar (PM), a Polícia Penal (PP) e a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (SEJUSP).
Fotos e vídeo: Polícia Federal/Divulgação