Feminicídio: Morre adolescente indígena vítima de violência em Oiapoque

A família de Maria Clara Batista Vieira promove uma campanha para custear o translado do corpo da adolescente indígena que morreu aos 15 anos, neste domingo, 17, em um hospital em Caiena, na Guiana Francesa.

Maria Clara foi vítima de violência sexual, na quinta-feira, 13, em Oiapoque, município de fronteira entre Brasil e Guiana Francesa. O agressor tentou, ainda, afogar a adolescente em uma área de pântano. A vítima ingeriu lama durante a tentativa de se desvencilhar.

A indígena da etnia Karipuna foi levada, em estado grave, ao Hospital Estadual de Oiapoque. Devido ao consumo de lama, ela contraiu uma infecção pulmonar e teve que ser transferida para uma unidade de saúde em Caiena, mas não resistiu.

Para trazer o corpo da vítima até Oiapoque, a família precisar reunir € 3.800,00 mil (euros), equivalente a R$ 19.722,00 (reais). As doações podem ser feitas através da chave Pix 933.500.072-87 (CPF em nome de Benedito Rodrigues Pereira).

Foto: Polícia Civil/Divulgação

Justiça Por Maria Clara

Um dia após o crime, o acusado do estupro e feminicídio foi identificado pela Polícia Civil como Cláudio Roberto da Silva Ferreira, de 43 anos. Ele teve a prisão preventiva decretada. O homem ainda tentou fugir pelo Oceano Atlântico, mas foi capturado. Ele já possuía histórico criminal por estupro, cometido no ano passado.

Imagens de circuito de segurança mostram o acusado sujo de lama minutos após o crime se lavando em uma torneira na rua. O vídeo ajudou na identificação dele. Próximo ao local da violência, outra câmera registrou a adolescente também suja de lama, buscando ajuda e passando mal.

Em nota, a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (APOIANP) lamentou o ocorrido e pediu à Justiça e dos órgãos competentes “ações necessárias para que o culpado seja devidamente punido”.

O Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO) divulgou nota na qual presta solidariedade ao povo Karipuna, familiares e amigos de Maria Clara Batista Vieira e classifica o caso como “crime bárbaro”.

Texto: Jorge Abreu

Foto de capa: Reprodução/Redes Sociais