Fecomércio Amapá alerta para impacto da alta da Selic: ‘crédito mais caro para empresas e consumidores’

A Fecomércio Amapá alerta os empresários do estado sobre os impactos da recente elevação da taxa Selic, que subiu de 12,25% para 13,2% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A medida, que já era esperada pelo mercado, traz desafios adicionais para o comércio e os serviços, setores que representam a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o aumento dos juros encarece o crédito, reduzindo o consumo das famílias, dificultando investimentos e impactando diretamente a expansão dos negócios e a geração de empregos.

A economista e Gerente Executiva do Instituto Fecomércio/AP, Beatriz Cardoso, recomenda que os comerciantes adotem estratégias financeiras para enfrentar esse cenário.

“Com a Selic mais alta, os juros de empréstimos e financiamentos também aumentam, tornando o crédito mais caro para empresas e consumidores. Por isso, é fundamental um planejamento financeiro rigoroso, especialmente para negócios que dependem de crédito para manter seus estoques e operações, a fim de evitar um endividamento elevado”, alerta Cardoso.

O Copom justificou a decisão citando a inflação persistente, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado em 5,2% para 2025, acima da meta do Banco Central.

Reflexos no comércio

A economista explica que os juros altos reduzem o consumo, impactando diretamente o varejo.

“Com o crédito mais caro, os consumidores gastam menos, afetando as vendas e os lucros das empresas. Além disso, os custos dos fornecedores aumentam e são repassados aos preços, o que pode agravar ainda mais a situação”, destaca.

Segundo a CNC, a política fiscal do governo será determinante para o desempenho da economia nos próximos meses. Para Cardoso, diante da incerteza, pode ser mais vantajoso investir em aplicações de renda fixa do que expandir os negócios no momento.

O que é a Selic e como ela influencia a economia?

A Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve como referência para empréstimos, financiamentos e investimentos, sendo um dos principais instrumentos do Banco Central para controlar a inflação.

A Selic foi implementada pelo Banco Central do Brasil (BCB) em 1979, como parte de um sistema para registrar e negociar títulos públicos federais.

O Copom se reúne a cada 45 dias para definir se a Selic será mantida, reduzida ou aumentada, conforme o cenário econômico:

  • Se a inflação está alta, o Copom pode aumentar a Selic para encarecer o crédito e reduzir o consumo, ajudando a controlar os preços.
  • Se a economia está fraca, o Copom pode diminuir a Selic para baratear o crédito e estimular investimentos e compras.

A Selic também afeta a rentabilidade de investimentos como poupança, Tesouro Direto e títulos de renda fixa.

Fotos: Fecomércio Amapá/Divulgação