Expedições monitoram encalhes de mamíferos no litoral do AP
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) e acadêmicos do Instituto Federal do Amapá (Ifap) realizam expedições para monitorar encalhes de mamíferos vivos ou mortos no litoral.
A mobilização integra o projeto de caracterização e monitoramento de cetáceos. Desde o início das incursões, já foram encontrados dois botos adultos, com quase 2 metros de comprimento, e um filhote de cerca de 10 meses.
Segundo as equipes, os trabalhos na região costeira são essenciais para fortalecer e expandir as pesquisas no Amapá. Um disque-encalhe foi disponibilizado para a população acionar as equipes.
“O último animal foi resgatado graças ao apoio dos pescadores que o avistaram e avisaram a equipe de monitoramento. Foi um resgate que precisou de canoa para atravessar a foz de um rio e alcançar a carcaça. Na segunda-feira, 22, recebemos o primeiro chamado pelo disque-encalhe”, relata Claudia Funi, geógrafa e pesquisadora do Iepa.
Os animais recolhidos nas expedições são levados para o Iepa, onde, mesmo em avançado estado de decomposição, servem como base para estudo, são classificados e integram o acervo de mamíferos da instituição.
“Os animais resgatados, mesmo em avançado estágio de decomposição, fornecem material para análise genética e seus ossos passam a integrar a coleção científica do instituto. Os ossos passam por um processo de limpeza, onde contamos com a ajuda de membros da equipe do projeto e também de alunos dos cursos de ciências ambientais, veterinária e biologia que querem aprimorar seu conhecimento com atividades práticas”, ressaltou.
No sábado, 13, a equipe resgatou um filhote de boto, sem vida, na orla do Perpétuo Socorro, em Macapá.
“Recebemos um chamado onde estivemos na orla do Perpétuo Socorro, para resgatar um filhote de boto, de aproximadamente 10 meses, que aparentemente foi emalhado por uma rede de pesca e veio a óbito”, disse o médico veterinário do Ifap, Luiz Sabioni.
De acordo com os pesquisadores, a quantidade de encalhes registrada nos últimos anos acende o alerta para verificação das causas e dos impactos, que podem ser motivados por animais presos acidentalmente nas redes de pesca, colisão com embarcações, atividades de pesquisas sísmicas, doenças ou outras causas indeterminadas.
Para informar sobre algum avistamento, a população pode ligar para os telefones (96) 99206-3344 ou (96) 99116-3712. É importante fornecer informações precisas sobre a localização do encalhe e enviar fotos ou vídeos do animal.
“Caso a população encontre algum boto, peixe-boi, tartaruga-marinha encalhados vivos em alguma praia do Amapá, nas ilhas dos arquipélagos do Bailique ou Marajó, é importante fazer o contato com a nossa equipe e tentar manter o animal protegido do sol e molhado, enquanto o resgate se desloca para o local”, orienta Sabioni.
Fotos: Iepa/Divulgação