Expedição encontra a maior árvore da Amazônia de mais de 88 metros; Gigante é um angelim vermelho
A quinta expedição do projeto que mapeia as gigantes da Amazônia encontrou a maior árvore da região. Trata-se de um angelim vermelho de 88,5 metros de altura e 9,9 metros de circunferência. A árvore está localizada na Floresta Estadual do Paru (Flopa), entre os estados do Pará e Amapá.
A chegada à árvore é o resultado de incursões organizadas e lideradas pelo Instituto Federal do Amapá (Ifap) ao longo de quatro anos, que resultou em cinco expedições. Para chegar à maior árvore da Amazônia, o grupo de pesquisadores usou dados encaminhados pelo professor Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que, ao processar informações do sistema Lidar, identificou a projeção de árvores de grande porte na Amazônia. Entre elas, são apontadas cinco árvores com alturas superiores a 80 metros no Amapá.
Mesmo não sendo possível, nas expedições anteriores, alcançar a maior árvore da Amazônia, as jornadas exploratórias resultaram nas descobertas de um novo santuário de árvores de grande porte, que está localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, e da maior castanheira já registrada na Amazônia, com 66,66 metros de altura, também localizada na RDS do Rio Iratapuru. Na oportunidade, também foi encontrado um Angelim Vermelho de 85,44 metros de altura e com uma circunferência de 9,45 metros, no município de Porto Grande, na região do rio Cupixi.
Agora, com a quinta expedição, a equipe de estudiosos conseguiu alcançar o seu objetivo e chegou à maior árvore da Amazônia.
A expedição
A incursão expedicionária partiu do município de Laranjal do Jari (AP), no último dia 11 de setembro, e durou 11 dias, compreendendo o período de 11 a 22/9 deste ano. O grupo percorreu as corredeiras do Rio Jari, sendo aproximadamente 500 km por água e 40 km por mata. A equipe teve o apoio de moradores locais.
O Projeto Árvores Gigantes da Amazônia é coordenado pelos professores Diego Armando, do Instituto Federal do Amapá, Campus Laranjal do Jari, e Eric Bastos Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). A pesquisa sobre árvores gigantes começou em 2019, a partir dos estudos do professor Eric Bastos em parceria com o grupo de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que identificou árvores com altura muito acima do normal na região sul do estado do Amapá.
O projeto envolve diversas instituições brasileiras e parceiros que atuam juntos no mapeamento das espécies. O trabalho tem como objetivo potencializar a capacidade turística das unidades de conservação e das regiões de incidência dessas árvores no Amapá. Além do monitoramento, os pesquisadores querem entender os principais processos ecológicos que incidem nas características únicas das árvores gigantes.
Por Tiago Ferreira, jornalista do Campus Laranjal do Jari