Busto em homenagem a Julião Ramos é inaugurado, em Macapá

Foi inaugurado o busto em homenagem a Julião Ramos, no Instituto Joel Magalhães (Ijoma), na quarta-feira (31), no bairro Alvorada em Macapá. Durante a cerimônia houve uma apresentação de Marabaixo. Mestre Julião Ramos, como era conhecido, foi um dos grandes percursores do Marabaixo no Amapá. Familiares e descendentes do Mestre estiveram presentes no evento.

De acordo com o padre Paulo Roberto, que administra o Ijoma e fundou a sala da memória do Marabaixo, o busto fará parte do acervo do espaço, considerado o maior sobre o Marabaixo do Amapá. A Sala da Memória conta a história através de livros, fotos, vídeos, músicas, objetos, esculturas, roupas, e instrumentos.

“Um espaço que conta a história daqueles que lutaram para perpetuar a maior tradição cultural do Amapá. É o maior acervo sobre Marabaixo do Amapá. São homens e mulheres descendentes de africanos que foram escravizados”, explicou.

Julião Ramos

Há exatos 132 anos (em 1890) nascia em Macapá Julião Tomaz Ramos, o Mestre Julião, uma das figuras mais expressivas do Marabaixo, exímio tocador de caixa e cantador e líder da comunidade negra. Foi com Mestre Julião que o primeiro governador do Amapá, Janary Nunes, iniciou os diálogos para a retirada dos negros da Praça Barão para que ali fossem construídas as casas para os funcionários do governo, ocupantes do primeiro escalão.

Com o apoio de Julião, que era o líder da comunidade, Janary convenceu os negros a deixarem o lugar, oferecendo a eles casas no bairro do Laguinho, na época chamado de campos do Laguinho. Os que não aceitaram a proposta, mudaram-se para a Favela (hoje bairro Central e Santa Rita) sob a liderança de Gertrudes Saturnino.

Julião foi servidor público. Era ele o zelador do campo de aviação Aeroporto de Macapá, que ficava na Av. FAB. Foi casado com Januária Simplício. O primeiro Ramos, com quem teve seis filhos: Felícia Amália Ramos, Alípio de Assunção Ramos, Apolinário Libório Ramos, Benedita Guilhermina Ramos e Joaquim Miguel Ramos. Mestre Julião morreu em Macapá em junho de 1958.

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