Ações preventivas reforçam segurança nas escolas no AP após ameaças de ataque
A Polícia Civil promoveu uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 12, na Delegacia Especializada em Investigações de Atos Infracionais (Deiai), em Macapá, para esclarecer os casos de falsas ameaças de ataques nas escolas e acalmar a comunidade escolar referente à segurança nas unidades de ensino.
O Amapá não tem nenhum registro de ataque terrorista em escolas, tanto públicas, quanto particulares. Contudo, diante de recentes casos registrados em outros estados e o possível “efeito contágio”, o Governo do Amapá reforçou a segurança nas unidades escolares e ampliou as estratégias de ações preventivas.
Na contramão da pacificação, no dia 1º de abril, dois adolescentes realizaram uma live em uma rede social, na qual incitaram discursos de ódio e ameaças de ataque à Escola Estadual Barão do Rio Branco, uma das mais tradicionais do estado. Eles foram identificados pela Polícia Civil e tiveram que prestar esclarecimentos.
Em depoimento, os adolescentes assumiram as ameaças contra alunos e professores. Mas, disseram que não tinham a real intenção de promover o ataque, só queriam tumultuar e criar pânico. Em seguida eles foram liberados, mas a Deiai informou que a investigação será concluída e remetida ao Judiciário para responsabilização devida.
Durante a entrevista coletiva, a delegada Daniella Graça, titular da Deiai, explicou que as ameaças aconteceram após uma discussão em um grupo de aplicativo de conversa, que inclui estudantes de diversas escolas, entre elas o Barão do Rio Branco. Ela não confirmou em qual escolas os envolvidos estão matriculados.
Os celulares utilizados para a transmissão ao vivo e comunicação foram apreendidos, assim como as máscaras e os simulacros exibidos durante as ameaças. Os adolescentes não foram apreendidos porque estavam fora do flagrante, mas a Justiça pode pedir a detenção deles, assim como consequências para os pais e responsáveis legais.
“Eles tiveram uma discussão em um grupo de WhatsApp, criado anteriormente, com alunos da escola e fora da escola. Depois disso, eles resolveram fazer a live para causar medo e pânico na comunidade escolar”, detalhou.
Ainda na coletiva de imprensa, a Polícia Civil destacou que outros casos similares estão sendo investigados nos municípios de Santana, na região metropolitana da capital, e Laranjal do Jari, no sul do estado. O Núcleo de Operações de Inteligência (NOI) monitora discursos de ódios e fakes news na internet.
As denúncias de qualquer tipo de ameaça podem ser prestadas em boletim de ocorrência em qualquer Delegacia de Polícia. Em casos de crimes praticados na internet, o denunciante precisa fazer prints e copiar o endereço web (URL) como prova, para apresentar às autoridades responsáveis.
“A Polícia Civil do Amapá faz parte do grupo de trabalho, criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, denominado ‘Escola Segura’. Delegados de todo o país estão conectados para que as investigações tenham prioridades e resultados o mais rápido possível”, finalizou a delegada.
Texto: Jorge Abreu
Fotos: Polícia Civil/Divulgação