Polícia Civil do AP cumpre ordens de prisão e buscas contra líderes de grupo criminoso

A Polícia Civil do Amapá deflagrou a operação “Uxor” com o objetivo de desarticular o núcleo de apoio externo das lideranças do maior grupo criminoso atuante no estado. As ordens judiciais foram cumpridas nos dias 9, 10 e 11 de outubro em Macapá e em Fortaleza, capital do Ceará, com o apoio de diversas forças de segurança. A operação resultou no cumprimento de sete mandados de prisão e oito mandados de busca e apreensão.

Coordenada pela Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a ação culminou na prisão de integrantes de alto escalão do grupo criminoso, incluindo um dos fundadores, que, mesmo dentro do sistema prisional, continuava coordenando atividades ilícitas com o auxílio de sua companheira.

As investigações indicam que a companheira do líder preso era responsável por organizar a comunicação externa e o fluxo de recursos financeiros, garantindo a continuidade das operações criminosas. O patrimônio supostamente adquirido com atividades ilícitas também foi alvo da operação, resultando na apreensão de um veículo avaliado em R$ 120 mil e mais de R$ 50 mil em espécie.

Entre os outros alvos, estavam lideranças que exerciam diferentes funções dentro do grupo, como a coordenação de atividades ilícitas em regiões específicas de Macapá. Uma das presas na operação, companheira de um dos líderes, foi identificada como responsável pela logística de aquisição de armas e pela distribuição de valores entre membros fora do presídio.

Outro alvo identificado era um dos principais coordenadores das atividades do grupo fora do sistema prisional, responsável por gerir o tráfico de drogas em áreas estratégicas de Macapá e por intermediar a entrada de ilícitos no Iapen. As investigações revelaram ainda que ele, em conjunto com outras lideranças, tentou organizar uma fuga em massa no início de outubro, o que foi evitado graças à rápida atuação das equipes de inteligência do Iapen.

O delegado Ismael Lucas, titular da Draco e responsável pela investigação e operação, destacou a importância da ação no enfrentamento ao crime organizado no Amapá, ressaltando o papel das iniciativas integradas.

“Nosso foco é desmantelar as estruturas de apoio que mantêm o grupo criminoso ativo. Identificar e prender as pessoas que garantem suporte logístico e financeiro é essencial para enfraquecer a capacidade de atuação desse grupo, tanto dentro quanto fora dos presídios. As ações conjuntas entre as Dracos e Gaegos incentivadas pelo Governo Federal, através da RENORCRIM (Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas), são fundamentais para o sucesso dessas operações integradas”, afirmou.

A operação “Uxor” foi planejada e executada pela Draco com o apoio da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DETE), Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Núcleo de Operações com Cães (NOC), Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) e Polícia Civil do Ceará (PCCE).

As investigações que deram origem à operação foram iniciadas após a interceptação de conversas entre os principais alvos dentro do sistema penitenciário, evidenciando a atuação ativa das companheiras das lideranças no suporte ao grupo criminoso. A denominação “Uxor” faz referência à palavra em latim para “esposa”, destacando o papel crucial desempenhado por essas mulheres na manutenção das atividades ilícitas do grupo.

Fotos: PC/Divulgação