‘Tentativa de facções criminosas de se infiltrar nas eleições municipais é bastante grave’, diz presidente do TSE

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, destacou em entrevista ao jornal O Globo, neste domingo, 29, a gravidade da “tentativa de facções criminosas de se infiltrar e influenciar nas eleições municipais, afirmando que essa ameaça “não pode ser subestimada”.

Segundo a ministra, a situação é preocupante, especialmente pela ousadia do crime organizado em querer influenciar o processo legislativo. Ela alertou sobre o risco de esse comportamento se expandir para as esferas estaduais e nacionais. “Devemos adotar medidas imediatas para evitar que os criminosos alcancem seus objetivos e impedir que práticas já existentes se perpetuem”, enfatizou.

Para as eleições deste ano, foi criado um núcleo de especialistas do Ministério Público e da Polícia Federal, com o objetivo de verificar, já a partir dos pedidos de registro de candidatura, o envolvimento de candidatos em processos relacionados a grupos criminosos. “Isso nunca foi feito antes, mas, diante das notícias de possíveis infiltrações de facções criminosas nos órgãos estatais, a Justiça Eleitoral tomou o cuidado de realizar essa verificação com a ajuda de especialistas”, explicou Cármen Lúcia.

Em Macapá, a operação “Herodes”, deflagrada pela Polícia Federal no dia 20 de setembro, investiga o envolvimento de agentes públicos e candidatos com uma facção criminosa que estaria financiando campanhas e coagindo eleitores. Durante a operação, Jesaías Silva da Silva, conhecido como “Jesa”, ex-subsecretário de Zeladoria Urbana da capital, foi preso e posteriormente exonerado do cargo. Também foi expedido mandado de prisão contra o candidato a vereador “Cacula”, Luanderson de Oliveira Alves, que atua na linha de frente da campanha à reeleição do atual prefeito.

Como denunciar

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza o aplicativo Pardal, que permite a denúncia de crimes eleitorais diretamente à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público. O aplicativo, disponível nas lojas virtuais, facilita a participação popular, garantindo a transparência e a integridade do processo eleitoral.

O Pardal pode ser utilizado para denunciar diversos tipos de infrações, como propaganda eleitoral irregular, compra de votos, uso da máquina pública, crimes eleitorais, doações e gastos ilícitos, além de problemas no ato de votação.

As denúncias também podem ser feitas pela internet, nos sites do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), ou pelo SOS Voto, um disque-denúncia disponível pelo telefone 1491.

As denuncias também podem ser feitos pela internet, nos sites do TSE e Tribunais Regionais Eleitorais (TRE´s) e pelo O SOS Voto, disque-denúncia por telefone através do número: 1491.

Foto: TSE/Divulgação