PF investiga casal e servidor do INSS por estelionato previdenciário no AP
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira, 3, a operação “Ombro Amigo”, que investiga um esquema de estelionato previdenciário no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Macapá. Um casal e um servidor são investigados.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos bairros Açaí, Julião Ramos, Pacoval, São Lazaro e Renascer. A investigação aponta para os crimes de estelionato, associação criminosa e corrupção ativa e passiva, segundo a PF.
A investigação
Um denunciante relatou à PF que um idoso havia sido abordado por um casal, que teria solicitado documentos pessoais dele e o acompanhado ao INSS para pleitear a concessão de benefício assistencial à pessoa com deficiência.
Ainda de acordo com a denúncia, o benefício social foi concedido pela autarquia e o casal acompanhou o idoso ao banco, para que fizesse o saque do dinheiro. Ao receber a primeira parcela, no valor de R$ 5 mil, os investigados retiveram R$ 1,8 mil.
Já no recebimento da segunda parcela, que seria de R$ 6.205,00, o casal teria planejado ficar com o valor total, mas ao perceberem que familiares do idoso estavam aguardando fora da agência, devolveram R$ 5 mil reais ao beneficiário.
Conforme o avanço das investigações, a PF identificou um esquema de prospecção de possíveis vítimas, com a participação do servidor do INSS investigado na operação, e com fortes indícios de que ele recebia vantagens indevidas para interceder na concessão dos benefícios sociais.
A Polícia Federal informou, ainda, que conversas entre o grupo criminoso sobre a divisão dos valores oriundo do esquema. Foi constatado que o casal possuía informações privilegiadas, como datas das perícias agendadas, o que se daria, possivelmente, pelo acesso do servidor a tais informações.
O servidor do INSS, investigado na operação, já havia sido investigado no ano de 2006 por um “conduta semelhante”, destacou a PF.
Caso sejam condenados por todos os crimes que estão em evidência, os investigados poderão pegar até 33 anos de reclusão, em soma das penas, além do pagamento de multa.
Fotos e vídeo: Polícia Federal/Divulgação