Ciclo do Marabaixo 2023 tem abertura nesta sexta com feira, exposição e shows; veja programação
Nesta sexta-feira, 31, será a abertura da programação do Ciclo do Marabaixo 2023 no Amapá. Serão três dias de eventos que vão desde exposição, feira, desfile de moda, apresentação de grupos de marabaixo e de artistas locais.
Uma novidade este ano é a Central do Marabaixo, que será inaugurada pelo governo, no dia da abertura, às 17h, no Centro de Cultura Negra do Amapá (CCNA) Raimunda Ramos, local onde vão acontecer os eventos até o dia 2 de abril.
No espaço, amapaenses e turistas poderão conhecer a história da cultura marabaixeira, como a gengibirra, o cozidão, as bandeiras, os mastros, a murta e outros símbolos da expressão cultural criada pelas comunidades negras.
Após a abertura, a programação oficial do Ciclo do Marabaixo 2023 inicia no dia 8 de abril, no Sábado de Aleluia, e encerra em 11 de junho, no Domingo do Senhor, primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi.
Uma das mudanças no calendário da festividade é a inclusão da comunidade afrodescendente Casa Grande, área rural de Macapá, na programação do Ciclo. Hoje, os festejos oficiais são realizados por cinco famílias tradicionais, duas do bairro Santa Rita, antiga Favela, duas do Laguinho, e uma da comunidade de Campina Grande, também zona rural, que entrou para o calendário nos últimos anos.
A comunidade afrodescendente já realizava o ciclo de festejos da Santíssima Trindade de forma extraoficial. O marabaixo da Casa Grande iniciou há um século, na família de Josefa Menezes, que dá continuidade à tradição.
Os organizadores também preparam mudança na apresentação dos rituais para atender as leis ambientais e também chamar atenção para a necessidade do respeito pela tradição cultural do Amapá.
Neste ano, excepcionalmente, os mastros da Santíssima e Divino serão levantados às 18h e os festejos encerram à meia-noite.
Serviço
Abertura do Ciclo do Marabaixo 2023
Data: 31 de março a 2 de abril
Horário: 18h
Local: CCNA Raimunda Ramos
Veja a programação
31 de março
17h – abertura
- Exposição dos elementos tradicionais dos barracões que realizam o Ciclo do Marabaixo
- Degustação da culinária e bebidas tradicionais do marabaixo
- Feira Afro Empreendedora e Quilombola
- Exposição do Museu do Negro
18h – Roda de Capoeira Carioca com Grupo A Arte que Encantou
19h – Abertura oficial com personalidades da cultura do marabaixo e autoridades
20h30 – Encontro de coroas e bandeiras da Santíssima Trindade e Divino Espírito Santo
21h – Desfile de moda afro – Os Marabaixeiros
21h30 – Show com a banda Afro Brasil
23h – Apresentação de comunidades que realizam festividades no período do Ciclo
- Grupos Raízes do Bolão
- Marabaixo Glorioso São José
- Marabaixo do Ambé
- Grupo Maria da Paz
- Marabaixo Raízes da Favela
- Marabaixo de Campina Grande
1º de Abril
18h – Exposições, degustação e feiras
18h30 – Roda de Capoeira – Associação Mestre Bimbinha
19h – Encontro das coroas e bandeiras
19h30 – Desfile de moda afro – Coletivo Moda Amazon
20h – Banda Negro de Nós
21h30 – Apresentação de comunidades que realizam festividades no período do Ciclo:
- Batuque de São Pedro dos Bois
- Irmandade São José
- Marabaixo de Santo Antônio do Matapi
- São João do Maruanum
- Ressaca da Pedreira
- Raimundo Ladislau
- Berço da Favela
2 de abril
18h – Exposições, degustação e feiras
18h30 – Roda de Capoeira – Sementes da Capoeira Regional
19h – Encontro das coroas e bandeiras
19h30 – Show com Verônica dos Tambores
20h30 – Apresentação de comunidades que realizam festividades no período do Ciclo:
- Marabaixo São José do Mata-Fome
- Grupo MOJAP
- Marabaixo Manoel Felipe
- Marabaixo São João do Matapi
- Herdeiros da Tradição
- Grupo Azebic – Zeca e Bibi Costa
- Marabaixo do Pavão
Ciclo do Marabaixo
A festividade faz parte do calendário de cultura oficial do estado, como forma de valorizar a tradição que os registros históricos consideram ter mais de 120 anos.
O Ciclo inicia na Semana Santa, no Sábado de Aleluia, 8 de abril, e encerra no dia 11 de junho. O período é marcado pelo culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade e por rituais como a retirada dos mastros pelos grupos nas matas do quilombo do Curiaú, levantamento dos mastros nos barracões, quebra da murta, ladainhas, missas e as tradicionais rodas de marabaixo.
A manifestação cultural afro-amapaense é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Fotos: Assessoria de Comunicação/ Ciclo do Marabaixo 2023