Caso Kátia: Conselho de Sentença acata tese de ‘disparo acidental’ e descarta feminicídio; Ex-policial é solto
O ex-policial civil Leandro Freitas, de 31 anos, foi absolvido da acusação de feminicídio e condenado pelo crime de homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Após 6 dias de julgamento, o Conselho de Sentença acatou a tese de “disparo acidental” e a prisão foi revogada.
Dessa forma, Freitas foi condenado a um ano e 7 meses de prisão, a ser cumprido inicialmente em regime aberto. E como já cumpriu 2 anos de reclusão, ele pode recorrer da condenação em liberdade.
O julgamento iniciou na segunda-feira, 17, no Fórum de Macapá, e encerrou na manhã deste sábado, 22, com extensos depoimentos e simulações da cena do crime ao longo dos dias de andamento.
A empresária Ana Kátia Silva foi morta aos 46 anos após ser baleada na frente da casa de um dos filhos, em uma festa no dia 8 de julho de 2020. O namorado dela, o Leandro Freitas (na época com 29 anos), foi preso em flagrante como autor do crime.
Segundo a investigação, o ex-policial civil estava com um ferimento por bala em um dos ombros. O tiro à queima roupa foi tratado pelo Ministério Público (MP) como feminicídio, mas a defesa do acusado apresentou outra versão.
A defesa de Leandro alegou que o disparo foi feito pelo filho da vítima, numa disputa pela posse da arma de fogo. O Conselho de Sentença alegou, no fim do julgamento que o réu “agiu de forma negligente no armazenamento e manuseio” da arma.
O caso ganhou comoção e mobilizou diversos protestos de discussão sobre a violência contra a mulher ao longo dos dois anos sem o julgamento. A imagem da vítima chegou a estampar campanhas contra o feminicídio.
Foto: Tjap