PF e MPF apuram compra de votos com busca e apreensão em casas e na prefeitura de Macapá
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram na manhã desta sexta-feira, 29, a operação “e-Hailing”, que apura os crimes de compra de votos e transporte de eleitores, ocorrido nas eleições de 2020.
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AP) na sede da Prefeitura de Macapá e em casas de investigados, nos bairros Universidade, Beirol, Muca, Buritizal, Jardim Felicidade e Cabralzinho.
Em coletiva de imprensa, o prefeito da capital Antônio Furlan disse que a ação tem como objetivo desequilibrar campanhas eleitorais, tendo o vista o ano de votação e negou envolvimento em práticas ilícitas.
“Hoje, por volta das 10 para 6h, eu e a minha esposa, Rayssa, fomos surpreendidos pela Polícia Federal em nossa porta. Estávamos acordados. Uma operação ainda da eleição de 2020. Tivemos nossos aparelhos celulares apreendidos”, destacou.
Sobre a investigação
Segundo a PF, a investigação iniciou durante o primeiro turno das eleições municipais, quando policiais federais abordaram um homem, de 38 anos, no dia do pleito, no bairro Zerão, em situação suspeita de compra de votos. No veículo dele foi encontrado R$ 1.200,00 em espécie, além de “santinhos” de candidato à prefeito.
Com o avanço do trabalho, foram identificados “fortes indícios que o indivíduo atuava diretamente em campanha a favor de candidato, articulando a logística de compra de votos, tanto com dinheiro, quanto em cestas básicas”, informou a nota da PF.
Além disso, mais indícios apontariam que um outro investigado, servidor público, era o responsável financeiro e ordenava a forma como seria realizado o acerto de abastecimento com os motoristas para o transporte e a compra de votos.
Até um grupo em aplicativo de mensagens estaria sido usado para informar a localização da fiscalização da Polícia Federal nos bairros, no dia das eleições, dessa forma organizar o transporte ilegal de eleitores.
A PF apurou que os votos eram comprados por R$ 10,00 a R$ 30,00. A investigação afirma que um dos operadores do esquema da organização atuava de forma a levar os eleitores até as seções, como maneira de pressioná-los a votar no candidato.
Os crimes apurados até o momento são associação criminosa, corrupção eleitoral e transporte ilegal de eleitores. Em caso de condenação, as penas somadas podem chegar a 18 anos de reclusão.